quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Alívio para as articulações



Dois novos medicamentos prometem mais praticidade e qualidade de vida aos portadores de artrite reumatoide

O desconforto começa logo pela manhã, quando algumas partes do corpo parecem travadas. Com o passar das horas, a rigidez diminui, mas as juntas, mais comumente as das mãos, dos pés e dos punhos, continuam inchadas, doloridas e com dificuldade de movimentação. "Esses sintomas se somam à redução do apetite, à perda de peso, ao cansaço e à febre baixa", acrescenta o reumatologista Morton Scheinberg, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Essa é a descrição do dia a dia de quem sofre com artrite reumatoide, doença autoimune sem causa conhecida que afeta cerca de 2 milhões de brasileiros. "Ela é duas vezes mais comum em mulheres entre os 50 e os 70 anos, mas pode se manifestar em ambos os sexos e em qualquer idade", conta Scheinberg. "Se não for controlada de maneira adequada, pode fazer com que o indivíduo tenha dificuldade para realizar tarefas simples, como pentear os cabelos, e levar à deformidade das regiões atingidas", conta a reumatologista Andrea B.V. Lomonte, do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Felizmente, novas drogas chegam ao mercado para garantir um dia a dia mais confortável para essa gente.

Por muito tempo, os portadores de artrite reumatoide não dispunham de uma terapia 100% eficaz. "Até o ano 2000, ele se resumia a medicamentos chamados modificadores da doença, que reduzem a inflamação, associados a analgésicos e anti-inflamatórios para o alívio dos sintomas", conta o professor Sebastião Cezar Radominski, chefe da especialidade de reumatologia da Universidade Federal do Paraná. "Apenas de 30 a 40% dos pacientes respondiam bem a essas drogas, permitindo que em muitos casos a doença continuasse progredindo", diz Radominski. A reumatologista Lícia Mota, coordenadora da Comissão de Artrite Reumatoide da Sociedade Brasileira de Reumatologia, acrescenta: "A evolução do quadro, além de levar à destruição das articulações atingidas e a deformidades, faz com que estruturas maiores, como os cotovelos, os joelhos, os ombros, os tornozelos e os quadris, sejam atingidas".

Na última década, apareceram os medicamentos biológicos. "Eles mudaram de maneira radical o tratamento da doença, porque agem no causador", explica Morton Scheinberg. Isso significa que combatem o aparecimento das inflamações, o que leva a uma melhora dos sintomas e dá um fim ao círculo vicioso que está por trás da artrite reumatoide. Agora mais dois remédios chegam ao mercado para revolucionar o combate desse mal: o golimumabe, criado pela Janssen, e o tofacitinibe, da Pfizer. O primeiro está disponível desde o começo deste ano e é um biológico que age contra o fator de necrose tumoral-alfa, uma molécula que participa da regulação e do equilíbrio das células do sistema imunológico. Seu grande diferencial está na caneta usada para aplicá-lo, que foi desenvolvida especialmente para quem tem limitações nas mãos provocadas pela doença. "Ele também leva vantagem por ter que ser injetado apenas uma vez por mês, enquanto outras substâncias com ação similar precisam ser utilizadas a cada 15 dias ou mesmo semanalmente", diz Andrea Lomonte.

O tofacitinibe, por sua vez, consegue penetrar em células do sistema imunológico que têm um papel-chave no desenvolvimento do problema, proporcionando resultados mais eficientes e duradouros. Essa droga também facilita - e muito - a vida dos portadores da doença, já que é ministrado na forma de comprimidos. Ela ainda está em fase de aprovação e deve chegar ao mercado dentro de um ano ou dois. "Estudos demonstraram que esse medicamento tem muito potencial para tratar a artrite reumatoide com bons resultados", conta Lícia Mota. Trata-se, sem dúvida, de um baita alívio.

<b>1.</b> As células de defesa do organismo migram até essas regiões do corpo e liberam as citoquinas, substâncias 
que desencadeiam uma inflamação na membrana sinovial, uma fina camada 
que nutre e lubrifica as cartilagens. <b>2.</b> Com isso, a membrana passa a liberar substâncias inflamatórias, provocando dor, inchaço, calor, vermelhidão e muita dificuldade para se movimentar, normalmente de maneira simétrica, ou seja, dos dois lados do corpo ao mesmo tempo. <b>3.</b> Se a doença não for tratada de 
maneira eficaz, pode evoluir, fazendo com que a inflamação atinja as cartilagens e os ossos, destruindo-os. Essa complicação aumenta ainda mais o desconforto e provoca a deformação das juntas.

Juntas em perigo
Nos portadores de artrite reumatoide, o próprio sistema imune ataca as articulações

1. As células de defesa do organismo migram até essas regiões do corpo e liberam as citoquinas, substâncias que desencadeiam uma inflamação na membrana sinovial, uma fina camada que nutre e lubrifica as cartilagens. 2. Com isso, a membrana passa a liberar substâncias inflamatórias, provocando dor, inchaço, calor, vermelhidão e muita dificuldade para se movimentar, normalmente de maneira simétrica, ou seja, dos dois lados do corpo ao mesmo tempo. 3. Se a doença não for tratada de maneira eficaz, pode evoluir, fazendo com que a inflamação atinja as cartilagens e os ossos, destruindo-os. Essa complicação aumenta ainda mais o desconforto e provoca a deformação das juntas.
<b>1.</b> O medicamento fica acondicionado dentro de uma espécie de caneta que foi projetada para que pessoas com as alterações anatômicas provocadas nas mãos pela artrite reumatoide possam usá-la por conta própria. <b>2.</b> Basta retirar a tampa e colocá-la em um ângulo de 90° na parte da frente da coxa, logo abaixo do umbigo ou na região posterior do braço uma vez por mês, diferentemente de outras drogas com ação similar que precisam ser usadas a cada sete dias. <b>3.</b> Uma vez dentro do organismo, o golimumabe bloqueia a ação dos 
fatores de necrose tumoral-alfa, ou TNF-alfa,  
que regulam o processo inflamatório. Em quem tem a doença, a produção dessas substâncias acontece de maneira desequilibrada, levando 
ao aparecimento dos sintomas.

Remédio prático e eficiente
O golimumabe dispõe de um aplicador sob medida para quem sofre com as deformidades causadas pela doença

1. O medicamento fica acondicionado dentro de uma espécie de caneta que foi projetada para que pessoas com as alterações anatômicas provocadas nas mãos pela artrite reumatoide possam usá-la por conta própria. 2. Basta retirar a tampa e colocá-la em um ângulo de 90° na parte da frente da coxa, logo abaixo do umbigo ou na região posterior do braço uma vez por mês, diferentemente de outras drogas com ação similar que precisam ser usadas a cada sete dias. 3. Uma vez dentro do organismo, o golimumabe bloqueia a ação dos fatores de necrose tumoral-alfa, ou TNF-alfa, que regulam o processo inflamatório. Em quem tem a doença, a produção dessas substâncias acontece de maneira desequilibrada, levando ao aparecimento dos sintomas.
<b>1. </b>Para responder a um suposto ataque 
ao organismo, substâncias chamadas citoquinas se ligam a receptores na superfície dos linfócitos T, células do sistema imune que têm um papel central no desenvolvimento da inflamação. Com isso, eles ativam um tipo de proteína chamada janus quinase, ou jak. <b>2.</b> A jak, por sua vez, estimula outro 
tipo de proteína, a stat, que se desloca até o núcleo celular e lá inicia a transcrição dos genes responsáveis pela produção de novas citoquinas inflamatórias, gerando o ciclo vicioso que está por trás da artrite reumatoide. <b>3.</b> O tofacitinibe penetra nos linfócitos T e inibe a ação das proteínas jak. Assim, ele interrompe a gênese da inflamação, o que, além de aplacar os sintomas da doença, consegue impedir seu avanço.

Direto ao ponto
Uma nova droga, o tofacitinibe, consegue penetrar nas células que desencadeiam o mal

1. Para responder a um suposto ataque ao organismo, substâncias chamadas citoquinas se ligam a receptores na superfície dos linfócitos T, células do sistema imune que têm um papel central no desenvolvimento da inflamação. Com isso, eles ativam um tipo de proteína chamada janus quinase, ou jak. 2. A jak, por sua vez, estimula outro tipo de proteína, a stat, que se desloca até o núcleo celular e lá inicia a transcrição dos genes responsáveis pela produção de novas citoquinas inflamatórias, gerando o ciclo vicioso que está por trás da artrite reumatoide.3. O tofacitinibe penetra nos linfócitos T e inibe a ação das proteínas jak. Assim, ele interrompe a gênese da inflamação, o que, além de aplacar os sintomas da doença, consegue impedir seu avanço.
fonte REvista Abril


tags: musculos e articulações, juntas e articulações, ossos e articulacoes, junturas e articulações, articulações e ligamentos, dor nos ossos e articulações, o que e articulações, o que é dor nas articulações, dores nos ossos e articulações o que pode ser, dor nas articulaçoes, estalos nas articulações, dores nas articulaçoes, doenças nas articulações, problemas nas articulações, inchaço nas articulações, doença nas articulações, reumatismo nas articulações, lesões nas articulações, inflamacao nas articulacoes, inflamações nas articulações, coceira nas articulações, o que causa dores nas articulações, tipos de articulacoes, doenças de articulações, tipo de articulações, os tipos de articulações, causas de dores nas articulações

Nenhum comentário:

Postar um comentário